ATA DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 03.04.1987.

 


Aos três dias do mês de abril do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala das Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Quinta Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, André Forster, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin, Paulo Satte, Pedro Ruas, Raul Casa, Teresinha Chaise, Werner Becker, Wilson Santos e Cláudio Dubina. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Artur Zanella que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, foram aprovadas as Atas da Décima Terceira e da Décima Quarta Sessões Ordinárias, a última após ter sido lida pelo Sr. Secretário. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. André Forster, 01 Pedido de Informações, indagando se o alvará que concede licença para atividade comercial do Restaurante Tutty’s, estabelecido no Centro Comercial Independência, sito na Avenida Independência nº 30, loja 15, permite que o referido estabelecimento possa dispor de suas mesas para o atendimento de fregueses na área destinada à circulação e acesso de transeuntes para as lojas e apartamentos residenciais situados no mencionado centro comercial; pelo Ver. Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Providências solicitando desentupimento da rede de esgotos, dentro da área do Conjunto Residencial Dom Pedro I; pelo Ver. Mano José, 02 Pedidos de Providências solicitando instalação de uma sinaleira na rua Tenente Ary Tarragô, em frente ao Conjunto Residencial Alto Petrópolis, nº 520; seja concedida autorização, por parte da SMT, para alteração de horários de saída de ônibus da Linha 90 A - Jardim Ipu - da Viação Alto Petrópolis Ltda., de modo que o intervalo de saída entre dois ônibus seja de, no máximo, dez minutos. Do EXPEDIENTE constaram: Cartão do Deputado Ruy Carlos Ostermann, Secretário Extraordinário de Ciência e Tecnologia; Telegrama do Sr. Jorge Guilherme Bertschinger, Presidente da ADE/1858, Mantenedora do Colégio Farroupilha. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Antonio Hohlfeldt, de Votos de Congratulações com Marivaldo Tumelero, por assumir a Presidência da Associação Comercial de Materiais de Construção - ACOMAC; com as Livrarias Mercado Aberto, pela passagem do 1º aniversário da Loja da Riachuelo, de Voto de Pesar pelo falecimento de Bruno Kiefer; do Ver. Aranha Filho, de Votos de Congratulações com Nestor Fedrizzi, por sua indicação à Presidência da CORAG; com o Jornalista Homero Guerreiro, por sua gestão na CORAG; com Alfeu Wedy Murat, por sua promoção a Procurador da Justiça; com Ricardo Russowski, por sua indicação à Vice-Presidência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul; com a Empresa Joaquim Oliveira S.A., pela doação de alto valor social, ocorrida no dia 23.3.87; com Comercial Luce S/A, pelo centenário de suas atividades; de Votos de Pesar pelo falecimentos de Clara Granato Ribeiro; Cecília Wood Haussen; Maria Thereza de Souza Bellani; Armindo Grin; do Ver. Caio Lustosa, de Voto de Pesar pelo falecimento dos agricultores Lori Grosselli, Vitalino Antonio Morri e Roseli Correa da Silva; do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 13/87 seja submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, de Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transportes e Habitação; da Verª Gladis Mantelli, de Voto de Congratulações com o Diretor-Presidente. Sr. Volny José Rassier, e demais integrantes da Diretoria Executiva da Companhia Estadual de Silos e Armazéns, por suas posses naquela Companhia; do Ver. Hermes Dutra, de Votos de Congratulações com os Grupos Escoteiros Dom Pedro I; Mar Riachuelo; General Souza Doca; Medianeira; Pari, pelo transcurso de seus aniversários, com o Skal Club de Porto Alegre, pela pose de sua nova Diretoria; com o Grêmio Náutico Gaúcho, pela passagem de seu 58º aniversário; com a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção pela posse de sua Diretoria para o biênio 87/88; com a Associação dos Administradores, Contadores, Economistas e Estatísticos do Serviço Público Municipal de Porto Alegre, pela posse de seu Presidente; com Oscar Fernando Dias Wother, por ter sido agraciado como vencedor da Fase Regional do Concurso “Talento Brasileiro 87”, promovido pelo SESI/RS; do Ver. Frederico Barbosa, de Voto de Pesar pelo falecimento de Francisco Teixeira Gonçalves; do Ver. Isaac Ainhorn, de Voto de Pesar pelo falecimento de Américo Andrade Silveira; da Verª Teresinha Chaise, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 95/86 seja desarquivado e retomada ou renovada sua tramitação regimental; do Ver. Werner Becker, de Voto de Congratulações com o Dr. Nadir José Ten Caten, por sua posse como Juiz de Alçada no Egrégio Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 18; 19; 04/87; os Projetos de Lei do Legislativo nos 04; 09; 10; 11; 07/87, discutido pelo Ver. Isaac Ainhorn; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 02; 07; 08; 09; 15; 16; 17/87; os Projetos de Lei do Legislativo nos 03; 05/87; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 02/87; o Projeto de Resolução nº 04/87, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos  146/85; 91; 94/86; 02/87, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; os Projetos de Lei do Executivo nos 13; 14/87. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Cleom Guatimozim comentou matéria do programa Globo Repórter, de ontem, a respeito da situação dos funcionalismos municipais e estaduais brasileiros durante o período pré-eleitoral, lamentando que não tenha sido enfocada a situação do funcionalismo municipal porto-alegrense onde há falta de funcionários e não houve empreguismo. A seguir, o Sr. Presidente registrou a presença, na Casa, da bailarina cubana Alicia Alonso e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário a bailarina e outras personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da Rocha, Presidente; Bailarina Alicia Alonso, criadora e bailarina do Ballet Nacional de Cuba; Sr. Pedro Simon, Diretor da Revista “Cuba em Ballet” e esposo de Alicia Alonso; Sr. Dante Vigiane, Empresário que trouxe o grupo a Porto Alegre; Verª Teresinha Chaise, 1ª Vice-Presidente do Legislativo; Verª Gladis Mantelli, 1ª Secretária. Em continuidade, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt que, em nome da Casa, prestou homenagem à bailarina Alicia Alonso, discorrendo sobre sua carreira artística. Agradeceu a Alicia Alonso por tudo que fez pela dança no mundo e pela honra de visitar Porto Alegre e esta Casa. Em prosseguimento, a Verª Gladis Mantelli fez à entrega, a Alicia Alonso, de um buquê de flores. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra a Alicia Alonso, que falou sobre a arte e a dança em todo o mundo, seu significado e o trabalho que vem desenvolvendo. Agradeceu a homenagem prestada pela Casa. A seguir, o Sr. Presidente convidou a Verª Teresinha Chaise a proceder à entrega, a Alicia Alonso, do livro “Legalidade - 25 anos - A resistência popular que levou Jango ao Poder”. Após, o Sr. Presidente fez pronunciamento relativo à ocasião, agradeceu a visita da bailarina Alicia Alonso a esta Casa e convidou as personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Ver. Nilton Comin defendeu a criação dos “banhos públicos”, unidades que atenderiam à população que chega à Capital para o cumprimento de diferentes compromissos como consultas médicas, jurídicas e outras. Registrou projeto de sua autoria para a colocação, nas elevadas e em praças publicas, de tais unidades prestadoras de serviços de higiene. O Ver. Jorge Goularte, reportando-se ao pronunciamento do Ver. Nilton Comin, de hoje, lembrou projeto de sua autoria que institui os centros integrados de bairros, discorrendo a respeito. Indagou sobre a criação de um departamento de fiscalização, quando havia sido vetado projeto de sua autoria que criava a secretaria de fiscalização. Ao final, registrou que reencaminhará projeto para a construção de quiosques nos centros e praças da Capital. O Ver. Isaac Ainhorn analisou o trabalho realizado pela Comissão Especial que trata sobre a Cidade e a Constituinte, a qual conta com a participação de representantes de todos os Partidos políticos com assento nesta Casa. O Ver. Frederico Barbosa reportou-se a nota à imprensa em que tratava sobre o projeto que institui mudanças no centro da Cidade e alertava que o mesmo se encontrava prestes a parar, comentando matéria do jornal Correio do Povo, do último dia trinta e um de março, intitulado “Suspenso Projeto da Área Central”. Reportando-se à interdição do Auditório Araújo Viana, conclamou o Sr. Prefeito a acionar medidas que efetivamente devolvam o centro da Cidade ao porto-alegrense. A seguir, o Sr. Presidente registrou a presença, em Plenário, do Senador Carlos Alberto Chiarelli, convidou S. Exa. a integrar a Mesa e concedeu a palavra ao Ver. Frederico Barbosa que, em nome da Casa, discorreu sobre o trabalho do Senador Carlos Chiarelli e saudou S. Exa.,  afirmando a honra desta Casa em recebê-lo. Em continuidade, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Senador Carlos Chiarelli, que fez apanhado sobre a situação política nacional e a importância da participação deste Legislativo junto à Assembléia Nacional Constituinte. Agradeceu a acolhida desta Casa. Após, o Sr. Presidente fez pronunciamento em saudação ao Senador Carlos Chiarelli e agradeceu a visita de S. Exa. a este Legislativo. Ainda, em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Ver. Paulo Satte reportou-se a Indicação de sua autoria, elaborada em 1979, na qual S. Exa. solicita a regulamentação do transporte hidroviário em Porto Alegre e nas cidades ribeirinhas. Registrou que, na época de elaboração daquela Indicação, foi informado pela assessoria da Casa de que tal matéria, nos termos de Lei Federal, não poderia ser encaminhada sob a forma de projeto de lei e, em face de tal fato, indagou sobre projeto do Ver. Pedro Ruas, constante da Pauta, que trata sobre o mesmo assunto. Às onze horas e trinta e dois minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Teresinha Chaise, Gladis Mantelli e Frederico Barbosa e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Frederico Barbosa e Artur Zanella, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Havendo número legal, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

Solicito ao Sr. Artur Zanella que proceda à leitura de trecho da Bíblia.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: (Lê.)

“Beneficência cordial - Meu filho, não unas a repreensão ao teu benefício, nem ajuntes ao presente a amargura das tuas palavras. Porventura, o orvalho não extingue o calor sufocante? Assim a palavra influi sobre a dávida. Uma boa palavra não vale mais do que o presente?”

 

A SRA. PRESIDENTE: O Sr. 2º Secretário procederá à leitura da Ata da Sessão anterior.

 

(O Sr. 2º Secretário lê.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Em votação as Atas da 13ª e da 14ª Sessões Ordinárias. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

O Sr. 2º Secretário dará conhecimento ao Plenário das proposições encaminhadas à Mesa, hoje, pelos Srs. Vereadores.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: À Mesa foram encaminhadas proposições pelos Srs. Vereadores: (Passa a ler.) André Forster (01), Isaac Ainhorn (01), Mano José (02).

É só, Srª Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE: O ementário do Expediente está distribuído em avulsos.

A seguir, submetemos ao Plenário os Requerimentos encaminhados à Mesa.

 

(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos constantes na Ata.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0624 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/87, que extingue cargos em comissão, cria cargos e funções gratificadas e dá outras providências.

 

PROC. 0625 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/87, que autoriza doação de imóveis do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, à Legião Brasileira de Assistência - LBA.

 

PROC. 0151 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/87, que autoriza o Município a permutar imóvel de sua propriedade por imóvel de propriedade de Leila Habab Herwig, e dá outras providências.

 

PROC. 0553 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/87, do Vereador Paulo Satte, que cria sistema de estações de embarque e desembarque para passageiros dos transportes coletivos de Porto Alegre.

 

PROC. 0572 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/87, do Vereador Pedro Ruas, que implanta o transporte hidroviário coletivo de passageiros no Rio Guaíba, que funcionará através da iniciativa privada, mediante concessão da Secretaria Municipal de Transportes e segundo normas técnicas estabelecidas por esta.

 

PROC. 0635 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 009/87, do Vereador Cleom Guatimozim, que denomina Rua TVS um logradouro público.

 

PROC. 0647 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/87, do Vereador Kenny Braga, que denomina Avenida Túlio de Rose uma via pública.

 

PROC. 0677 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/87, do Vereador Raul Casa, que denomina Rua Martim Aranha um logradouro público.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 0101 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/87, que autoriza o Município a permutar imóvel de sua propriedade por imóvel de propriedade de José Abujamra e dá outras providências.

 

PROC. 0203 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/87, que autoriza o Município a alienar imóvel de sua propriedade a Jorge Ferreira Sporleder e dá outras providências.

 

PROC. 0386 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/87, que declara de utilidade pública a União Gaúcha de Criadores de Rãs - UGCR.

 

PROC. 0432 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/87, que declara de utilidade pública o Instituto Educacional da Criança Porto-Alegrense.

 

PROC. 0525 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/87, do Vereador Hermes Dutra, que denomina Rua Álvaro Difini um logradouro público.

 

PROC. 0561 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/87, do Vereador Hermes Dutra, que inclui, no 1º PDDU, a UTR-02, na UTSI-27, institui regime urbanístico e dá outras providências.

 

PROC. 0567 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/87, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Estrada Rincão do Leão uma via pública.

 

PROC. 0597 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/87, que cria e extingue Funções Gratificadas.

 

PROC. 0598 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/87, que cria cargos em comissão e funções gratificadas e dá outras providências.

 

PROC. 0599 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/87, que cria funções gratificadas e cargo em comissão e dá outras providências.

 

PROC. 0571 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/87, do Vereador Pedro Ruas, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luiz Carlos Prestes.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2741 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/85, do Ver. Valdir Fraga, que denomina Avenida Francisco Roberto Dall’Igna uma via pública.

 

PROC. 2646 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 091/86, do Vereador Raul Casa, que denomina Rua Carlos Nobre um logradouro público.

 

PROC. 2664 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/86, do Ver. Raul Casa, que denomina Rua Vitor Mateus Teixeira um logradouro público.

 

PROC. 0446 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/87, do Vereador Clóvis Brum, que institui isenção do pagamento de tarifa nos serviços de transporte coletivo, por ônibus, para alunos regularmente matriculados no ensino de 1º grau.

 

PROC. 0516 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/87, que altera os valores da Lei nº 5.858, de 12 de janeiro de 1987.

 

PROC. 0548 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/87, que dispõe sobre a aplicação de recursos oriundos de convênio autorizado pela Lei nº 5.872, de 28.01.1987.

 

A SRA. PRESIDENTE: Primeiro orador inscrito em Pauta, Ver. Antonio Hohlfeldt, está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, quero me referir, nesta rápida intervenção, a dois Projetos de Pauta, um que se encontra em 2ª Sessão e outro que se encontra em 3ª Sessão. Em 2ª Sessão está o Projeto de Resolução do Ver. Pedro Ruas, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito a Luiz Carlos Prestes.

Queria, desde já, deixar clara a posição do PT e a minha pessoal quanto ao apoio a esta iniciativa do Ver. Pedro Ruas. Em primeiro lugar, porque Porto Alegre é praticamente uma das raras capitais de Estados brasileiros cuja Câmara Municipal ou cuja Prefeitura não prestou esta homenagem ao Sr. Luiz Carlos Prestes. Em segundo lugar, porque, em sendo gaúcho, e, sem dúvida nenhuma, independente das posições que tenhamos em relação à ideologia do Sr. Luiz Carlos Prestes, é evidente a importância histórica, a personagem histórica que hoje é Prestes junto ao nosso desenvolvimento. O homem que nos seus hoje quase 90 anos de vida é capaz de enfrentar quase 50 de exílio em defesa das suas idéias, das suas convicções, evidentemente merece todo o respeito, inclusive dos seus adversários políticos.

É nesse sentido, portanto, que nós, do PT, apoiamos e nos comprometemos em relação à votação deste Projeto, lamentando apenas que o Ver. Pedro Ruas não tenha ousado um pouco mais no sentido de propor à Casa projeto de título de Cidadão de Porto Alegre a Luiz Carlos Prestes.

O segundo Projeto a que eu queria me referir, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, é, exatamente, o do nobre Ver. Clóvis Brum, que pretende instituir a isenção do pagamento de tarifa do serviço de transporte coletivo por ônibus para alunos regularmente matriculados no ensino de 1º grau. Entendo que S. Exa. age corretamente, dentro de uma lógica que alguns de nós têm defendido nesta Casa desde o primeiro dia e contará, igualmente, S. Exa., com meu voto em torno desta questão que me parece importante para que nós possamos garantir a locomoção dos estudantes, dos jovens, para a escola.

Queria apenas fazer uma ressalva. Inclusive, ouviria o Ver. Clóvis Brum, se ele estivesse em Plenário, a respeito de estar contido ou não no seu Projeto de Lei. Porque eu confesso, Ver. Clóvis Brum, que eu passei o Projeto diretamente à minha assessoria para exame. Não cheguei a examiná-lo em detalhe. É uma referência à renda destes estudantes, porque eu entendo que, se nós isentarmos de um modo geral, na verdade, vamos facilitar a vida, inclusive, daqueles que não necessitam de tal medida. Ao contrário, parece-me que a medida deve ser implementada da maneira como foi implementada no Projeto do então Ver.  Valdomiro Franco com relação à passagem gratuita aos sexagenários. No caso dos sexagenários, pede-se que o cidadão ganhe até três salários mínimos de renda. Eu acho que também em relação a este caso nós deveríamos, se é que já não foi previsto pelo Vereador autor da matéria, colocar uma restrição para que o privilégio atinja a quem merece, a quem precisa, ou seja, ao estudante oriundo de família carente, e não a todos os estudantes indistintamente, inclusive àqueles que eventualmente tomam o ônibus, mas que poderiam utilizar outros meios de locomoção. Então, esta é a minha sugestão, respeitosa, deixando claro, Ver. Clóvis Brum que, pessoalmente, eu não me aprofundei na matéria, porque passei direto para a minha assessoria, mas me permito levantar a questão. Se V. Exa. já a privilegiou, tenha muito mais o meu apoio no sentido de que eu entendo que a iniciativa é positiva. Mas, para que não oneremos o trabalhador em favor de um estudante hipoteticamente não identificado, acho que nós devemos restringir este estudante a um determinado rendimento mensal da sua família ou de seu responsável.

 

O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, inicialmente agradeço a manifestação de V. Exa. que muito vai contribuir para o êxito e o aprimoramento desta matéria. Entretanto, o art. 1º deste meu Projeto diz o seguinte: “Ficam isentos do pagamento de tarifa do transporte coletivo por ônibus os alunos regularmente matriculados em estabelecimentos de ensino de 1º grau, em Porto Alegre, cuja remuneração mensal do responsável pelo aluno não exceda a cinco salários mínimos”.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Perfeito, Vereador. Nada mais há a opor e me congratulo com V. Exa. pela iniciativa.

 

O Sr. Clóvis Brum: Eu tive o cuidado de colocar o responsável pelo aluno, e não a renda familiar, para evitar que as demais pessoas que eventualmente morem no mesmo teto e que têm as suas responsabilidades participem da responsabilidade do pai do aluno, quando, na verdade, o salário deve se atribuir ao responsável.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Perfeito, Vereador. Tenha certeza, da minha parte, do apoio ao Projeto de iniciativa de V. Exa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): Com a palavra, o Ver. Jorge Goularte. Desiste. O próximo orador inscrito é o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, a minha presença na tribuna, em discussão de Pauta, nos leva a fazer algumas considerações sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 007/87, que implanta o transporte hidroviário de passageiros no rio Guaíba. Funcionará através da iniciativa privada, mediante concessão da Secretaria Municipal dos Transportes, segundo normas técnicas estabelecidas por esta. Do ponto de vista global, quanto à idéia, entendemos, efetivamente, que a preocupação do autor do Projeto, de implantar o transporte coletivo de natureza hidroviária, possui méritos inegáveis, porque, evidentemente, seria mais uma forma de melhorar a qualidade dos serviços de transporte de nossa Cidade e seria uma nova alternativa para diminuir os dramas dos moradores com relação ao transporte coletivo. De outra parte, também daria um evidente aproveitamento, do ponto de vista de transporte, a esta maravilha que é o nosso rio Guaíba. Portanto, entendemos, sob este aspecto, o mérito quanto à idéia do Projeto. Preocupam-nos alguns aspectos que estão sendo estudados por nós, com relação a alguns dispositivos quanto ao mecanismo legal de funcionamento dessa forma de transporte. Primeiramente, nesta discussão de Pauta, existe o art. 2º, que estabelece que os serviços serão realizados por embarcações de propriedade do Município e as da iniciativa privada, mediante concessão da SMT, segundo critérios e requisitos técnicos estabelecidos por esse órgão. Não há dúvida que esse Projeto, que visa à implantação do transporte hidroviário coletivo de passageiros no rio Guaíba, tem méritos, mas nos preocupa a competência da Secretaria Municipal dos Transportes no estabelecer linhas e rotas em relação ao rio Guaíba, área de natureza hidroviária. Nós temos dúvidas. Pretendemos, inclusive, estudar o assunto e obter dados com o autor do Projeto, porquanto, ao nosso ver, a competência disto é da Capitania dos Portos, através do Departamento de Portos, Rios e Canais. Esta é uma preocupação que trazemos à Casa e ao autor.

 

O Sr. Mano José: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, quero me congratular com o pronunciamento de V. Exa., eis que nos inscrevemos na Pauta exatamente para abordarmos esse aspecto do Projeto, porque nossa dúvida é a competência quanto à permissão de transporte fluvial. Nós entendemos que a SMT não tem competência para permitir esse tipo de transporte ou para fixar itinerário. V. Exa. aborda muito bem o problema e procura dirimir uma dúvida que é de quase toda a Casa. O nobre Ver. Paulo Satte, que já apresentou proposição ao Governo do Estado em épocas anteriores, poderá melhor complementar o seu pronunciamento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Outro aspecto é com relação a outro problema, que já foi objeto de discussão em matéria de transporte coletivo, qual seja, o de quem fixa a tarifa. No nosso entender, é a Câmara. Há poucos momentos atrás, havia indagado do autor do Projeto sobre a competência de fixação de tarifas de transporte coletivo, se a tarifa para esse tipo de embarcação permaneceria com a Câmara, pois o sentido seria o mesmo, de a tarifa passar pela Câmara, dentro do espírito da Lei do Ver. Werner Becker. Esta é outra questão. Se for implantado o serviço, teremos de adequar o problema de se a tarifa ficaria na competência da Câmara ou não. Outra questão interessante sobre a qual o próprio autor do Projeto poderia nos fornecer esclarecimentos é quanto a uma pesquisa com relação à população que será atingida e em que número de passageiros e se há estudos técnicos quanto à viabilidade, quanto à implantação desse sistema, considerando a estrutura do Guaíba e questões relativas ao tráfego. Por essa razão, vimos aqui questionar, refletir em voz alta com os Vereadores sobre essa idéia do autor do Projeto e que já tivemos oportunidade de frisar aqui que possui mérito inegável.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não conseguirei explicar todas estas questões devido ao tempo, mas estou à disposição de toda a Casa para isto. O pronunciamento de V. Exa. é oportuno. Toca em pontos das nossas maiores preocupações quando da elaboração do Projeto, inclusive quanto a um conjunto de respostas ao DEPREC, à Marinha Mercante e, principalmente, à SMT, com o antigo titular e, atualmente, com o Ver. Elói Guimarães. Com relação à possibilidade do tráfego de passageiros, já há norma federal permitindo que os Municípios que tiverem a possibilidade de estabelecer, dentro do seu limite geográfico, o façam, mas não o transporte de carga. Isso mediante a concessão da Marinha e do órgão estadual. Com relação à tarifa, ela não está enquadrada na Lei Werner Becker. Nada impede, entretanto, que se faça emenda neste sentido e que esta tarifa seja fixada pela Câmara Municipal. Possuo, em meu gabinete, e posso fornecer ainda hoje pela manhã, o levantamento completo, já mostrado ao titular da Secretaria de Transportes, à direção do DEPREC, da capacidade hidroviária do leito do Guaíba, da forma como poderia ser feita esta atividade. Realmente, os pontos de embarque e desembarque o Projeto não poderia fixar, uma vez que o titular da Secretaria entende que só após o levantamento dos moradores e dos usuários poderia fixar dez pontos na Zona Sul da Cidade.

 

O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)  Não examinei rigorosamente a matéria, mas acho que o Ver. Paulo Satte andou buscando nos canais competentes quando fez uma Indicação deste tipo ainda no ano de 1979 ao Governo do Estado. Então, não compete ao Município. Acho que há uma confusão. Diga-se de passagem que o Ver. Satte é um dos pioneiros no debate desta matéria. Em que pese o mérito do Projeto do Ver. Pedro Ruas e da qualidade do seu trabalho, realmente, a concessão para este tipo de transporte é da responsabilidade da SUNAMAM. Se o Ver. Pedro Ruas me provar em documento que a SUNAMAM abriu mão deste privilégio, desta responsabilidade, se a SUNAMAM abriu mão disso aí, então, realmente, não entendo mais nada. De maneira que acho que o Projeto do Ver. Pedro Ruas peca nesta autorização que não é da competência o Município. Sou grato.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Muito obrigado, Vereador. Encerro, Sr. Presidente, satisfeito, desta tribuna, por ter debatido o Projeto com tema de tal importância para nossa Cidade, para a nossa população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Mano José. Desiste. Ver. Frederico Barbosa. Desiste. Ver. Adão Eliseu. Desiste. Ver. Hermes Dutra. Ausente. Liderança com o Ver. Cleom Guatimozim.

 

O SR. PAULO SATTE (Questão de Ordem): Para um esclarecimento. Eu era o sexto inscrito em Pauta. Acho que, havendo desistência, eu teria oportunidade de falar.

 

A SRA. PRESIDENTE: V. Exa. se equivocou. O sexto inscrito em Pauta era o Ver. Adão Eliseu. Foi feita a chamada e o Vereador desistiu. O sétimo Vereador inscrito era o Ver. Hermes Dutra, ausente. E não existem mais assinaturas.

O Ver. Paulo Satte se equivocou. Vamos esclarecer ao Plenário que o Vereador tinha se inscrito em Explicação Pessoal.

Com a palavra, o Ver. Cleom Guatimozim, em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, programa de televisão, a nível nacional, ontem, mais especificamente o “Globo Repórter”, mostrou a situação do funcionalismo dos Municípios e dos Estados brasileiros durante a pré-eleição de 15/11 e o inchaço que sofreu durante a sua realização. Confesso que, ao assistir àquele programa, reafirmei a minha convicção do alto espírito democrático e da politização do povo gaúcho. Nas comparações apresentadas, eu lastimei que Porto Alegre tivesse ficado fora, porque nós temos, aqui na cidade de Porto Alegre, aproximadamente 13 mil funcionários, enquanto algumas Prefeituras do Norte e do Nordeste têm muito mais do que o dobro desse número. Prefeituras sem nenhuma condição de arrecadação têm 40 mil funcionários. E verifica-se que as capitais mais pobres do Norte e do Nordeste possuem esse número assustador de funcionários, conforme mostrava o documentário, com precárias instalações, sem espaço físico e um pessoal recrutado apenas com interesse político. Nós verificamos que alguns Estados, como o de Minas Gerais, por exemplo, têm o dobro do funcionalismo público que tem o Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais, temos mais de 400 mil funcionários públicos enquanto que, no Rio Grande do Sul, temos, aproximadamente, 200 mil. Logo, ficou fora daquele documentário a situação do Rio Grande do Sul e, em especial, de Porto Alegre, e Porto Alegre ainda com uma situação bastante especial, eis que as nomeações estão proibidas desde 6 meses antes das eleições até 4 meses após, tendo expirado esse prazo no dia 15 de março último. Ainda assim, com 10 meses sem nomeações na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, como força de cogência de lei eleitoral, aberta essa possibilidade, o Prefeito Alceu Collares não empregou ninguém na Prefeitura de Porto Alegre, ressalvando-se os cargos em comissão, que são uma necessidade do administrador. Nem mesmo o pessoal de obras, nem mesmo a necessidade do pessoal CLT e operários, nem mesmo nesta área houve contratações, e os claros a serem preenchidos são grandes. O DMLU, por exemplo, necessitaria contratar, aproximadamente, 150 operários na base de um salário de Cz$ 1.730,00, com a possibilidade de fazerem 40 horas extras e chegarem a Cz$ 2.300,00. A SMAM - na qual foi titular até pouco tempo meu companheiro Paulo Satte, com uma brilhante passagem naquela Secretaria - também teria a necessidade de contratar quase 200 operários para suprir esses claros. Vejam que esse pessoal de obras, esse pessoal de mão calejada, esse que vai carpir as ruas, limpar as praças, varrer as ruas, esse é um pessoal que trabalha e cujo recrutamento é bastante difícil exatamente pela escolarização do Rio Grande do Sul, que atinge níveis excelentes. Nem mesmo nesse setor houve contratações.

Então, assistindo àquele documentário ontem, em que prefeituras com uma capacidade de arrecadação que não chega a 40% da Prefeitura de Porto Alegre possuem 40 mil funcionários, eu fiquei satisfeito, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, de verificar que, no Rio Grande do Sul, o alto grau de politização, o alto interesse pela causa pública, faz com que Porto Alegre, uma cidade com um milhão e trezentos mil habitantes, tenha apenas treze mil funcionários, quando as capitais do Nordeste, com uma população que se diz estar na zona rural, possuem o dobro de funcionários que a nossa Capital.

Vimos a esta tribuna para dizer que lastimamos que Porto Alegre não tenha sido enfocada nesse documentário nacional, porque se poderia constatar que a Administração Alceu Collares, com um ano e meio, aproximadamente, de administração na cidade de Porto Alegre, não contratou ninguém, não preencheu os cargos, não fez empreguismo. Preocupou-se unicamente em preencher aqueles cargos em comissão que necessitam serem preenchidos. E eu desejo, Srs. Vereadores, que a situação após Collares continue assim também, porque a administração socialista do PDT vai manter esse padrão. Até o fim do mandato Alceu Collares este padrão vai ser mantido, sem empreguismo. Aquele que desejar ingressar na Prefeitura deverá fazê-lo através de concurso público. Os concursos serão abertos para que haja uma seleção e uma disputa daquele famoso QI, que é quociente de inteligência e que, no Nordeste, segundo fiquei sabendo, significa “quem indica”. Quem tem mais QI é o melhor aproveitado.

Então, fica o registro, desta tribuna, de que a Administração Alceu Collares não contratou ninguém, não empregou ninguém e os claros existentes na Prefeitura, hoje, são de centenas de funcionários. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa informa que se encontra, na Casa, a Bailarina Alicia Alonso. Solicito aos Srs. Líderes de Bancada que conduzam ao Plenário a bailarina e demais autoridades presentes.

 

(Os Srs. Líderes conduzem ao Plenário os visitantes.)

 

Convido a fazer parte da Mesa a Bailarina Alicia Alonso, criadora e bailarina do Ballet Nacional de Cuba; o Sr. Pedro Simon, Diretor da Revista “Cuba em Ballet” e esposo da bailarina; Sr. Dante Vigiane, empresário que trouxe o grupo a Porto Alegre.

Nesta oportunidade, a Mesa, consultando as Lideranças, entendeu de indicar o Ver. Antonio Hohlfeldt para, em nome da Casa, saudar os ilustres visitantes.

Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exa. está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e prezados visitantes, quis a Presidência desta Casa que eu a representasse nesta recepção muito simples, muito singela, que a Câmara Municipal de Porto Alegre faz à primeira bailarina absoluta, coreógrafa, diretora e criadora do Ballet Nacional de Cuba, Alicia Alonso.

A figura de Alicia Alonso é mundialmente conhecida há muitas décadas. Afinal, muito jovem - uma jovem talvez perdida na grande cidade - deixava sua ilha tropical de Cuba, dirigia-se para os Estados Unidos e ali enfrentava e vencia os desafios de tornar-se solista dentro de um grupo americano, destacando-se junto a outras dançarinas dos Estados Unidos. Repartindo seu tempo entre o grande mercado de trabalho, entre as grandes platéias e o desafio que era criar um corpo de ballet, um grupo de dança no seu País, na sua Pátria, Alicia Alonso foi capaz de manter-se e, sobretudo, de manter a cabeça erguida e a responsabilidade do artista em relação ao seu povo nos anos mais difíceis da ditadura cubana. Após a Revolução e com o apoio absoluto de Fidel Castro, inicia-se uma fase decisiva do Ballet Nacional de Cuba, na busca de uma coreografia nacional, na busca de uma definição de um trabalho específico que refletisse não apenas a nacionalidade, o caráter específico daquela ilha, mas também a capacidade do bailarino cubano. O resultado o mundo inteiro, hoje, reconhece, e Porto Alegre tem a honra de poder, pela segunda vez, assisti-lo. Hoje, o Ballet Nacional de Cuba é um referencial não apenas na América Latina como um todo, mas também no mundo, bastando lembrar que uma das estréias a ocorrer amanhã, nesta Cidade, no Teatro da OSPA, é do Ballet “Bodas de Sangre”, com a coreografia do espanhol Antônio Gades, a mesma coreografia que o próprio Antônio Gades utiliza com o seu grupo na Espanha e que reconhecia, no contato com o grupo cubano, que era melhor interpretado, melhor vivido pelo grupo cubano do que pelo seu próprio grupo espanhol.

Neste espírito de compasso, neste espírito de resistência, neste espírito de construção, sem dúvida o nome de Alicia se tornou um mito mundial. É um mito que fala junto com o seu povo. E por isso esta Câmara não poderia deixar passar a oportunidade de juntar-se às homenagens que, por certo, Alicia, hoje a Cidade vai te prestar, com a presença maciça do público no Teatro da OSPA.

Gostaríamos de, em nome das Bancadas políticas que compõem esta Casa, o PDS, PMDB, PCB, PC do B, PDT, Vereador independente Jorge Goularte, PSB, PFL, a Mesa Diretora da Câmara, em meu nome pessoal e do Partido dos Trabalhadores, que represento, dizer muito obrigado por tudo o que fizeste pela dança de todo o nosso mundo e, muito especialmente, pela visita e pela honra que nos dá a tua presença nesta manhã antes do teu trabalho.

Pediria à Verª Gladis Mantelli que passasse às mãos de Alicia Alonso a homenagem desta Casa, em nome da Presidência, Ver. Geraldo Brochado da Rocha. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra à cidadã do mundo artístico, Alicia Alonso, que honrará esta Casa, deixando algumas palavras suas que, certamente, passam a integrar a história da Cidade e passam a integrar a história dessa Casa.

Com a palavra, a Sra. Alicia Alonso.

 

A SRA. ALICIA ALONSO: Quero agradecer por nos terem recebido aqui. Nós somos artistas. Representamos a dança de Cuba, do nosso povo. Sentimo-nos muito felizes de estar aqui com vocês e de dançar para vocês. Consideramos de suma importância para a cultura da nossa América Latina este encontro e todos os futuros encontros que tenhamos não somente aqui no Brasil, mas também em Cuba, onde esperamos que nos visitem para podermos intercambiar nossos ideais culturais e nossos conhecimentos.

É importante que nossos países levem ao mundo a sua cultura, os seus conhecimentos completa e absolutamente desenvolvidos, já que temos grandes riquezas culturais em nossa dança e através dela expressamos ao mundo nosso conhecimento, considerando que a Europa, o mundo inteiro necessita de nossos conhecimentos, de nossa vida, para continuar o futuro. Por isso é tão importante estarmos aqui, que nos hajam recebido. Nós agradecemos. A política tem a parte rude, mecânica, crua para o povo, e a arte tem o poder de embelezar todas as coisas e deixar memórias lindas e criativas para todos os seres humanos. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Peço que a Sra. 1ª Secretária, Verª Gladis Mantelli, faça a entrega de um buquê de flores a Alicia Alonso.

 

(A Sra. 1ª Secretária faz a entrega.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de deixar em mãos de tão ilustre visitante um símbolo que esta Casa entende por precioso, em se tratando do mundo de arte e de cultura, para que S. Exa. levasse consigo uma parte da história do Brasil, do Rio Grande do Sul e, sobretudo, uma parte da história de Porto Alegre. Para tal, ofereço um livro que traduz a passagem de uma história de luta que visa à resistência popular e que levou o último Presidente eleito do Brasil à Presidência da República, e aqui iniciou-se esta luta. Convidaria a Vice-Presidente da Casa, Verª Teresinha Irigaray, que fizesse a entrega do livro “Legalidade - 25 anos - A resistência popular que levou Jango ao poder”.

(A Sra. Teresinha Irigaray procede à entrega do livro.)

 

O SR. PRESIDENTE: Enfim, cabe-me, uma vez mais, agradecer a Alicia Alonso e ao Sr. Pedro Simon, Diretor da Revista “Cuba em Ballet”, ao empresário Dante Viane e ao nosso amigo Getúlio Lopes a presença nesta Casa e dizer que as referidas presenças ilustram-na e a honram sobremaneira, retemperando as nossas forças para buscarmos os rumos que a Cidade está a cobrar, dia a dia, de todos nós. Muito obrigado pela sua presença. Leve o nosso carinho, nossa estima, o nosso apreço e, sobretudo, fraternidade. Muito obrigado. (Palmas.)

Passamos ao período de

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

 Com a palavra, o Ver. Nilton Comin.

 

O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou trazendo a esta Casa uma idéia lançada em 1984 através de um projeto de lei que foi retirado para beneficiar outro projeto colocado à apreciação dos Srs. Vereadores.

 Naquela época, através da Exposição de Motivos, nós entendíamos como necessário a uma cidade como Porto Alegre, pelo seu constante desenvolvimento, pelas suas fases de atualização, que ela desse aos seus munícipes e aos seus visitantes condições mínimas necessárias para que aquele que aqui chega e passa o dia tenha um trabalho barato e custo também barato para poder realizar as suas tarefas, fazendo com que Porto Alegre tenha os chamados “banhos públicos”, unidades prestadoras de serviço, que servem para que aquele que aqui chega tenha condições de facilitar a sua higiene pessoal e realizar o seu trabalho na nossa Cidade. As cidades da Europa geralmente possuem este serviço. Em Porto Alegre, um cidadão que tem necessidade de ir ao médico ou satisfazer um compromisso de ordem jurídica precisa ir para um hotel e gastar por aquilo que não tem possibilidade de fazer. Então, recorremos a um projeto de lei para que se coloque, nas elevadas e em algumas praças públicas, esses serviços, que chamamos, naquela época, de unidades prestadoras de serviço, que nada mais são do que um serviço de higiene e saúde. O cidadão que chega em Porto Alegre, através de um serviço locado pela Prefeitura e prestado por empresas particulares, com níveis padronizados, deve sanar esta falha e passar o dia em Porto Alegre, realizar todo o seu trabalho e, através de um custo acessível, fazer aquilo que em todas as cidades do mundo existe, isso é, um serviço de higiene e saúde para a Cidade.

 

O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero, mais uma vez, somar-me a V. Exa. nesse Projeto que já havia sido falado em 84, se não me engano. Acho que é muito importante para Porto Alegre que nós tenhamos esse serviço, o qual considero essencial. Eu vivo a criticar a falta de sanitários públicos em Porto Alegre, e acho que esta solução é altamente positiva, especialmente na área que V. Exa. requer. Acho que é de absoluta necessidade para as pessoas que nos visitam e até mesmo para os transeuntes dos bairros mais distantes e das cidades próximas.

 

O SR. NILTON COMIN: Agradeço a V. Exa., e veja bem: quem vai na Santa Casa porque possui um familiar que vai ser operado e passa o dia inteiro ali, ou até mesmo aqui, no Centro Administrativo, no Hospital de Clínicas, na rodoviária... Então, esse serviço, através de um sistema centralizado, um ponto centralizado fornecido pela iniciativa privada, seria colocado pela sua melhor qualidade, pois o serviço público, em matéria de sanitários, é precário e o que oferece o faz nas piores condições. Temos condições de apresentar alguma coisa que barateie o custo para as populações mais pobres.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)  Somos daqueles que sentimos as deficiências de Porto Alegre no sentido de sanitários públicos e algo mais que V. Exa. propõe, que é higiene pública. Nesse sentido, quem deve estar pronto para se utilizar desses locais são os que chegam de viagem a Porto Alegre, através do aeroporto ou rodoviária, pelo simples fato de ali existirem aqueles armários próprios para guarda de malas. Esses locais já estariam prontos para receber essa idéia e outros deveriam se somar. Por isso, o cumprimento por iniciativa tão privilegiada.

 

O SR. NILTON COMIN: Em matéria de saúde, os hipertensos têm uma grande dificuldade em Porto Alegre, pois necessitam usar diuréticos e não dispõem de um local para eliminar a urina. Porto Alegre não tem estrutura. As elevadas estão aí. Há os terrenos ociosos, as praças. A idéia apresentada pelo Ver. Aranha Filho sobre rodoviária e aeroporto deve ser estudada pela Casa. Solicito aos nobres Vereadores que acrescentem algo sobre a utilidade, mas a Cidade tem de tomar uma posição. Solicito a colaboração da douta Câmara de Vereadores de Porto Alegre para que possamos acrescentar algo e oferecer, como legisladores, algo de positivo à nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, em Explicação Pessoal, o Ver. Jorge Goularte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou ficar na mesma linha de raciocínio do meu colega Nilton Comin. Nobre Vereador, há muitos anos, em Porto Alegre, V. Exa. já participou da discussão de um projeto que trouxe à Casa para criar, nos bairros de Porto Alegre, os Centros Integrados, que viriam a ser, também, um ponto de atendimento à comunidade mais carente no sentido de higiene, saúde, segurança pública. No que tange à área central, propusemos que fosse permitido a comerciantes que quisessem instalar quiosques nos parques e praças de Porto Alegre, desde que se comprometessem a construir sanitários públicos externos para ambos os sexos. E aí se poderia acrescentar também a idéia de V. Exa., que acho de extrema necessidade. Lamentavelmente, o Prefeito Municipal vetou o Projeto que autorizava o Município a construir Centros Integrados. Não entendo como alguém pode vetar um projeto que visa apenas a beneficiar a comunidade, e que autoriza, não impõe, que seja construído num momento exato, através de sistema de mutirão, junto com outros órgãos, como a Segurança Pública, o INAMPS, transporte, comunicação. Então, lamentavelmente, as idéias que se têm, Ver. Nilton Comin, se não partirem de um elemento do PDT, não são válidas. O Prefeito veta um projeto deste Vereador que cria uma Secretaria de Fiscalização porque um dos seus integrantes quer criar um departamento. Pergunto: veta um maior para criar um menor, quando a Cidade precisa ter uma condição melhor para atender os seus munícipes nas solicitações, nas reclamações cotidianas sobre os problemas das mais diversas áreas.

 

O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Uma grande revista nacional, através de uma reportagem, maravilhou a nós, brasileiros. Lá no Japão há serviços como esse que V. Exa. coloca. A gente dá valor àquilo que se faz no Japão. Quando algum Vereador desta Casa apresenta, como V. Exa. apresentou, este tipo de projeto, nós não executamos. É aquela velha história: santo de casa não faz milagres. Mas entendo, nobre Vereador, que o nosso trabalho, como representantes populares, deve ser contínuo, persistente e duradouro.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sou grato a V. Exa. Veja que estas idéias eram ainda  integradas, acompanhadas do que chamei de postos de atendimento comunitário, ou seja, postos nas partes centrais de Porto Alegre, que seriam ponto de informações aos turistas e um ponto de segurança a mais para o comércio, para a população em geral. Lamentavelmente, nobre Vereador, temos essa dificuldade. A população não recebe as melhorias porque há alguém assessorando o Prefeito com alguma luminosidade, e acha que aquilo não é válido quando, exatamente, atende a população mais carente, porque vai ao encontro da necessidade mais premente, das situações mais essenciais, como este projeto de V. Exa. Eu me lembro, Vereador, de quando viajei à Europa. Cheguei ao Rio e queria tomar um banho porque viajei a noite inteira. Cheguei às quatro horas da madrugada, quase cinco. Como iria ficar até as 10 horas para pegar um vôo a Porto Alegre? E se fosse a um hotel pagaria uma importância exorbitante. Então, vejo que os aeroportos teriam que ter esta possibilidade - os aeroportos, as rodoviárias. E temos, em Porto Alegre, condições de utilizar as elevadas para que sejam construídos estes postos e também, modéstia à parte, os meus quiosques, que tenho proposto e vou reapresentá-los, nos parques e praças de Porto Alegre, onde seria integrada a idéia que V. Exa. propõe e que eu acrescentaria, com a sua permissão, ao meu Projeto, porque acho de extrema validade. Isto demonstra que esta Casa procura soluções. Apenas alguns iluminados não acham válidas. Infelizmente, ao longo do tempo vai ser aproveitado, mas, durante muito tempo, a população deixa de aproveitar, porque alguns dirigentes procuram dar mais ênfase à sua sigla do que ao povo que os elegeu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa vem realizando, através de uma de suas comissões especiais, um trabalho que julgamos extremamente sério, um trabalho que entendemos tratar-se de uma contribuição relevante dos Vereadores e da comunidade de Porto Alegre à nova Assembléia Nacional Constituinte. Refiro-me à Comissão Especial que se encontra em pleno funcionamento aqui, nesta Casa, que trata sobre a Cidade e a Constituinte e que tem a presença de representantes de todos os partidos políticos com assento nesta Casa e que vem realizando um trabalho no sentido de que esta Casa e figuras representativas da nossa Cidade e do nosso Estado formulem subsídios à nova Carta Constitucional a ser promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte, na medida em que entendemos que o processo constituinte não é um processo privativo dos constituintes que se encontram em Brasília, mas é um assunto da competência de todos nós, que diz respeito a todos nós. Agradecemos, inclusive, o prestígio e toda a estrutura que a Mesa Diretora dos trabalhos desta Casa vem emprestando a essa Comissão que instala, publicamente, seus trabalhos na quarta-feira próxima, dia 8 de abril, com a presença de dois importantes depoimentos para esta Comissão: o do Prefeito Alceu Collares, que tem, do ponto de vista de depoimento, uma importância muito grande, pela experiência que possui o nosso Prefeito em relação não só aos problemas do Município, mas, também, pela condição, hoje, de Prefeito de Porto Alegre, com a larga experiência parlamentar de mais de 20 anos. Teremos, na próxima quarta-feira, também, o depoimento do Presidente da Casa, Ver. Brochado da Rocha. Pretende, exatamente, esta Comissão, carrear preciosos depoimentos e contribuições para que, ao final, possamos elaborar um relatório de conclusões e subsídios para a nova Assembléia Nacional Constituinte. Na semana seguinte ao depoimento do Presidente da Casa e do Prefeito desta Cidade, teremos, também, o depoimento dos partidos políticos com assento nesta Casa, através da cada um de seus representantes. Achamos que este, realmente, é um trabalho da maior importância, da maior seriedade, da maior envergadura que esta Casa pode realizar em benefício da nossa comunidade, das nossas instituições e do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Com a palavra, o Ver. Frederico Barbosa.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, o polêmico projeto do Centro da Cidade apresentado pelo ex-Prefeito João Dib e agora reapresentado pelo Prefeito Alceu Collares, com algumas e poucas diferenças daquele apresentado pela Administração anterior, certamente tem seus defensores e seus opositores. Mas, sem querer ser o “Joãozinho do Passo Certo”, no dia 20 de março distribuí nota à imprensa com o seguinte título: “Sem união projeto do Centro pode parar”. 20 de março. Para lástima minha e para extrema lástima da maior parte dos porto-alegrenses, no dia 31 de março, 11 dias após, o jornal estampa a manchete: “Suspenso o projeto da área central de Porto Alegre”. Ou seja: não precisava ter muita inteligência e nem tampouco ser pitonisa ou ter bola de cristal para se notar que, da maneira como as coisas estavam indo, o projeto iria parar, lastimavelmente para a população de Porto Alegre, que precisa de um projeto que resolva e devolva o Centro aos porto-alegrenses. E dizia eu nesta nota: “Tenho criticado o Prefeito Alceu Collares, mas não posso deixar de declarar que ele está correto nas suas afirmações quanto à urgente e inadiável tarefa de devolver o Centro aos porto-alegrenses, eis que já passaram longos anos em que os obstáculos se acumulam, e o perigo, agora levantado oficialmente, torna-se uma ameaça constante para todos nós”.

Para a aprovação do projeto apresentado, se faz imperiosa a união de todos. Alguns terão que abrir mão dos seus espaços, outros serão remanejados. Enfim, a corda terá que ser puxada com união e compreensão. Ora, Sra. Presidente, Srs. Vereadores, o Prefeito é o responsável a partir do momento em que existe um laudo do Corpo de Bombeiros. E, diga-se de passagem, não pedi mais do que justiça ao Prefeito. Não é o primeiro a interditar prédios ou equipamentos públicos por causa do laudo do Corpo de Bombeiros. O Prefeito João Antonio Dib, por solicitação deste Vereador, quando Secretário da Educação, interditou um dos mais importantes equipamentos da área de cultura de Porto Alegre, o Auditório Araújo Viana. Foi por indicação da Brigada Militar e por solicitação deste Vereador interditado até que o Prefeito Alceu Collares, com excelente idéia, com criatividade e ajuda da EDEL, conseguiu reabrir e faturar, inclusive, a reabertura.

Não é nenhuma novidade interdição de equipamentos, etc., porque quando existe - e nisto não é uma critica ao Sr. Prefeito - a necessidade de que se tenha imediata atuação de responsabilidade... Como no caso do Araújo Viana, onde mais de 6 mil pessoas que desenvolviam suas atividades naquele local estavam com perigo de vida, atestado pela Brigada Militar, e não se teve outra alternativa senão a de fechar em menos de uma semana e determinar que não funcionasse até que se tivesse condições de colocá-lo à disposição da população de Porto Alegre.

É evidente que o Prefeito Dib, este Vereador, que, na época, era Secretário, e todo o meu Partido lastimaram não ter tido condições de colocá-lo em funcionamento. O Prefeito Collares conseguiu, como digo sempre, sem dinheiro, mas com criatividade, resolver o problema.

Acho que o Prefeito Alceu Collares, que deu a palavra de que irá devolver o Centro ao porto-alegrense, tem que cumprir a palavra. Está consciente e absolutamente ciente da sua responsabilidade e terá, pelo menos deste Vereador, o apoio integral para fazer o que for necessário para devolver o Centro não só ao caminhão do Corpo de Bombeiros, que tem que passar, mas a todo porto-alegrense, não em detrimento de um, mas em favor de todos, de modo a ter as ruas e as calçadas desobstruídas no sentido de que o porto-alegrense possa ir e vir naquele que é, certamente, o local mais democrático da cidade de Porto Alegre.

E digo mais: não há cor, não há raça, não há condição financeira. Todo porto-alegrense, certamente, em algum momento, passa e necessita ter acesso ao Centro da Cidade. Portanto, quero dizer que, sem querer ser o “Joãozinho do passo certo”, no dia 20 distribuí nota à imprensa, dizendo que o projeto iria parar. Lastimavelmente, no dia 31, as manchetes eram de que o projeto havia parado. Isso é lastimável para a cidade de Porto Alegre.

Eu interrompo o meu pronunciamento para que a Mesa possa receber o Senador Carlos Alberto Chiarelli, que muito honra a Casa.

 

A SRA. PRESIDENTE: A Mesa solicita que V. Exa. permaneça na tribuna para fazer a saudação da Casa em homenagem ao Senador Carlos Alberto Chiarelli, que, neste momento, ilustra esta Casa com sua presença, reconhecida como operosa, inteligente e ímpar por todos os rio-grandenses dentro do Congresso Nacional. Esta Casa sente-se sumamente engrandecida com a sua presença, Senador Carlos Alberto Chiarelli.

Com a palavra, o Ver. Frederico Barbosa.

 

O Sr. Clóvis Brum: Sra. Presidente, solicito ao Ver. Frederico Barbosa que também o faça em nome do PMDB.

 

O Sr. Cleom Guatimozim: Gostaria que falasse, também, em nome do PDT.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Falo em nome do PMDB, do PDT, do Ver. Jorge Goularte, do Ver. Antonio Hohlfeldt, em nome do PDS, também, a pedido do Ver. Mano José.

Meu prezado amigo Sen. Carlos Alberto Chiarelli, na verdade, pouco precisa ser dito, e até mesmo, quem sabe, sou dos que se tornam suspeitos para saudar V. Exa. no Plenário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Com certeza, Sr. Senador, a presença de V. Exa. na Casa do Povo da Capital do Rio Grande do Sul honra a todos que compõem a representatividade colegialmente eleita da cidade de Porto Alegre.

Não cometeria nenhum erro, Sen. Chiarelli, em dizer que esta também é a sua Casa. Vindo de Pelotas, V. Exa., com atuação marcante nesta Capital quando no Executivo, obteve, pela urna e pelo voto sagrado, consagradora votação, inclusive pela população da Capital do Estado do Rio Grande do Sul. Certamente, o reconhecimento da Cidade faz com que V. Exa. seja um dos porto-alegrenses, no sentido que a adoção é uma adoção espontânea da Cidade a um político que representa numa nova geração, um dos mais brilhantes rio-grandenses que, há algum tempo, com a coerência, com o brilhantismo, com a inteligência que tem demonstrado perante todo o Rio Grande e, há algum tempo, em todo o País, realmente honra a população deste Estado e a população da Capital do Rio Grande do Sul.

Digo e repito: quem sabe sou suspeito para, em nome de uma Bancada que tem V. Exa. como Presidente do nosso Partido... Certamente nós teríamos, quem sabe, na voz brilhante de outro Vereador, uma saudação que pudesse, ainda mais, mostrar as condições de V. Exa. perante o cenário rio-grandense e brasileiro. Mas, acima de tudo, a presença de V. Exa., que é honrosa à Casa, distingue a todos os Vereadores e distingue, muito especialmente, permitam-me todos os  Líderes de Bancadas que me concederam o direito de falar em seus nomes, distingue muito especialmente aos seis Vereadores que compõem a Bancada do PFL nesta Casa, certamente a maior Bancada do PFL em Câmaras de Vereadores do Rio Grande do Sul e a maior Bancada do Rio Grande do Sul, percentualmente, que, com assento nesta Casa, tem feito um esforço muito grande para honrar e defender as idéias do nosso Partido.

V. Exa. certamente se sente em casa e nós estamos gratificados, porque V. Exa., como disse, tem a unção do voto popular, todo ele, certamente, recebido através do manancial de inteligência que tem demonstrado perante todos, fazendo com que esta Casa tenha, numa manhã em que o sol brilha em Porto Alegre, mais um motivo para se sentir honrada com a presença de V. Exa.

Portanto, o nosso prazer, a nossa satisfação e a saudação em nome de todos os partidos que honram o PFL por esta concessão de saudar um homem público, assim como o PFL tem feito quando da presença de todos os líderes partidários ou de autoridades trazidas aqui por outros partidos. Nós gostamos de debater, divergir, concordar, discordar, mas, acima de tudo, gostamos de dialogar com o homem público e muito precipuamente com o homem público que traz no respaldo popular uma representação como V. Exa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: A Mesa coloca a palavra à disposição do Senador Carlos Alberto Chiarelli, para que dela faça uso.

 

O SR. CARLOS ALBERTO CHIARELLI: Sra. Presidente dos trabalhos, Sr. Presidente da Casa, Srs. Vereadores da Egrégia Câmara Municipal de Porto Alegre, vim eu aqui esta manhã com a característica de alguém que, no rotineiro trabalho partidário, se dispunha à conversa usual com tantos quantos aqui encontrasse, com tantos quantos militam na vida política, mas, particularmente, com os correligionários que vinculam a mesma legenda, para com eles discutir plano de trabalho, examinar estratégias de ação, fazer críticas daquilo que merece ser avaliado. Enfim, a cortesia, a cordialidade, a fidalguia dos ilustres Vereadores e Vereadoras de Porto Alegre me traz a esta tribuna e me dá a oportunidade de receber este acolhimento tão generoso, tão fraterno e tão afetuoso. Particularmente estimulantes as palavras do meu amigo que me saudou em nome próprio e em nome da Bancada do PFL, em nome das Bancadas que a ele deram procuração, em nome do PDT, do PMDB, e do Vereador independente, nosso estimado Jorge Goularte. Agradeço a todos e digo que não vim aqui para fazer discursos, tomando o tempo dos discursos que devem ser feitos pelos Vereadores. Eu sei, sabemos todos nós que temos atividades no Legislativo, o quanto prezamos o tempo de que dispomos numa Sessão para fazermos as nossas manifestações em determinados momentos.

Eu apenas quero registrar com satisfação a feliz coincidência de que me tenha passado às mãos o Sr. Presidente da Casa convite para o ato inaugural referente à promoção e ao empreendimento que esta Casa faz, mais uma vez, com absoluta presteza, oportunidade e conveniência cronológica, de mobilização de forças políticas, comunitárias, associativas, a nível de Porto Alegre e, provavelmente, da Grande Porto Alegre, em termos de canalizar aspirações e propostas para a Assembléia Nacional Constituinte. Farei todo o empenho para aqui estar, mas, independente da presença física ao ato formal de início desta caminhada, o que é importante é que a Câmara possa ser, como haverá de ser, estuário e canal por onde possam trafegar propostas, aspirações, reivindicações para o trabalho da elaboração da Constituinte. Sei que muitos brasileiros, talvez pelo excesso de otimismo, expectativa e de esperança que se criou em torno da reunião da Assembléia Nacional Constituinte, hoje, que estamos a 63 dias de sua instalação, começam a perguntar-se se ela não veio fraudar estas esperanças e convicções. Pensou-se, talvez, por um mau endereçamento, que nós tenhamos ajudado involuntariamente para que se formasse, e formou-se, uma convicção de que, instalada a Constituinte, as coisas seriam transformadas em 24, 72 ou quem sabe 96 horas. Mas o que gostaria de lhes dizer é que, independentemente de coloração partidária, fora de qualquer tonalidade doutrinária, acredito que a Constituinte, com todos os problemas, com todas as vicissitudes normais no conflito e no confronto democrático, consegue administrar as suas crises, que são normais numa Casa com quase seis centenas de pessoas, onde estão representados 12 partidos políticos, de todas as latitudes ideológicas, onde estão presentes pessoas que se originam de mais de 40 profissões, onde estão reunidos políticos que vêm de todos os Estados e Territórios e onde estão, de certa forma, participando diferentes níveis culturais, educacionais, de instrução de seus participantes e diferentes representantes dos segmentos em termos de renda que aufiram. Todos esses 63 dias que já tivemos de convivência nos levaram a formular as normas provisórias depois da batalha do Regimento, que é mais do que uma organização, como vocês todos sabem. Como V. Exas. sabem, é mais que uma mera cartilha de procedimentos. Ela tinha dentro de si uma série de intuições e proposições políticas. Conseguimos atravessar este rubicão e agora fazer com que se resolvesse o xadrez terrível de colocar todos os Constituintes em todas as Comissões. E nós sabemos quantas aspirações levavam os nossos companheiros. Cada um desejando esta ou aquela área de atividade, porque entendiam que ali prestariam o melhor serviço, e não se podendo atender a todos tanto quanto se aspirava. Felizmente, fechou-se a conta. É possível que haja, em termos de aspirações pessoais, de vocações, um pequeno déficit de ferimentos leves que são desconfortos, mas, no atacado, no substantivo, a Casa está arrumada. Todos estão localizados. Todos estão perfeitamente adequados ao momento inicial da atividade. Elegemos os presidentes e relatores. Terça-feira vamos para o trabalho de compilação, vamos para as 24 subcomissões, que são o alicerce de todo projeto Constituinte. Eleger, novamente, presidentes e relatores. E quarta-feira vamos compor e eleger os dirigentes da Comissão de Sistematização, que é o filtro final do processo de elaboração. Eu acho que, quinta-feira, segundo tudo indica, começa a ser trabalhada a nova Constituição brasileira. Terminou toda a montagem, terminou o arcabouço, terminou a compra do material. Feito o galpão onde se instalarão as estruturas, começa-se a fazer a fundação e bater estacas na próxima quinta-feira.

Por isso, parece-me que, sendo praticamente nesse dia, ou na véspera desse dia, que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre inicia o seu trabalho de mobilização para contribuições destinadas à Constituinte, isto é, no dia 8 de abril, é uma curiosa casualidade. Eu diria mais uma casualidade entre o gesto, a iniciativa, a proposta e a atuação da Câmara e o início efetivo e concreto de elaboração da nova Constituição do Brasil. Por isso, meus parabéns aos senhores, às senhoras, aos estimados Vereadores, pela iniciativa. Fica a nossa disposição de manter aberto este canal de contato para que nós possamos, através do mecanismo da iniciativa popular, fazer chegar estes posicionamentos, e fazer chegar por outros canais, ou seja, pelos canais das representações das bancadas partidárias, e, sobretudo, fazer com este entendimento, este diálogo de Legislativo a Legislativo, sobretudo num ano constituinte, se torne crescentemente valioso. Muito obrigado pelas referências pessoalmente elogiosas, gratificantes e injustas nascidas do nosso estimado Ver. Frederico Barbosa, e muito obrigado a todos os senhores por esta acolhida. Perdoem o tempo que lhes roubei. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): A Mesa agradece em nome da Casa e, particularmente, em nome do Presidente Brochado da Rocha, e em meu nome pessoal, também, a presença de V. Exa., porque, apesar das nossas diferenças ideológicas, V. Exa., sem dúvida, é um adversário muito leal e prezamos, acima de tudo, a dignidade do adversário. V. Exa. só sabe engrandecer e só soube prestigiar na manhã de hoje a Câmara Municipal de Porto Alegre.

Agradecemos a presença do Sen. Carlos Alberto Chiarelli, figura reconhecida no Rio Grande do Sul pela sua capacidade, pela sua inteligência, pelo seu brilhantismo e pela sua vontade de cooperar por um Rio Grande melhor, maior, e por um País mais feliz e mais saudável. Os nossos agradecimentos pela presença de V. Exa.

Em continuação aos trabalhos da Sessão de hoje, o último orador inscrito em Explicação Pessoal é o Ver. Paulo Satte.

 

O SR. PAULO SATTE: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, é surpreendente o que está ocorrendo nesta Casa no que se refere ao trabalho dos Srs. Vereadores. Talvez tenha ocorrido um lapso por parte dos funcionários desta Casa, pois errar é humano. Em 1979, encaminhamos uma Indicação no que se refere ao transporte fluvial, no caso o aerobarco, de Porto Alegre a todas a cidades ribeirinhas, até Rio Grande e também para Porto Alegre em direção tanto da Zona Norte como da Zona Sul. Na época, havíamos proposto na Ponte de Cachoeirinha um terminal, na Doce Turística outro terminal, no cais do porto outro, que já existe, o antigo terminal da Assunção e Ipanema, Belém Novo e Itapuã. Aprovamos, nesta Casa, em 29 de outubro de 1979, quando solicitávamos, ao então Presidente Cleom Guatimozim, uma Sessão Especial, com a presença do Sr. João de Deus Menezes e de inúmeros prefeitos da Grande Porto Alegre. Realmente, foi realizada essa Sessão Especial e agora vemos que está correndo Pauta um Projeto de Lei de autoria do Ver. Pedro Ruas no que se refere ao transporte hidroviário de passageiros em Porto Alegre até a Zona Sul. Pena que o nobre Vereador não se encontre, pois gostaria que ele esclarecesse sobre essa tal lei federal que, na época, quando iríamos propor um Projeto de Lei, nos diziam os funcionários da Casa, na época o Diretor Legislativo, que não poderia ser feito nem Pedido de Providências nem Projeto de Lei e que somente poderia se feita uma Indicação! Foi o que fizemos. Inclusive, temos aqui, da Câmara Municipal de Pelotas, pronunciamentos do Ver. Mansur Macluf, com assinatura de todos os Vereadores, apoiando essa iniciativa. Também temos aqui a manifestação do DAER. Todas as despesas, por exemplo, Pelotas a Porto Alegre, Pelotas a Guaíba, Rio Grande a Porto Alegre, São Lourenço a Porto Alegre, todas as cidades ribeirinhas da Grande Porto Alegre, e todas elas estão carimbadas, assim, como bairros. Nós também temos, na época do nosso ex-Governador Amaral de Souza, um telex de número 1.946/79, que diz o seguinte: “Determinei, conforme requerimento do nobre Vereador, o grupo de trabalho designando estudo de transporte hidroviário urbano, que comparecessem dia 13 de novembro na egrégia Câmara de Vereadores, a fim de debater e expor e ouvir os nobres Vereadores sobre tão importante problema, atendendo reivindicação que apresentou o Sr. Ministro dos Transportes, no início de meu mandato, com a Região Metropolitana, incluído o programa de transporte alternativo. Aproveito a oportunidade para manifestar aos Srs. Vereadores porto-alegrenses...”.

Então, também temos aqui correspondência da Casa Civil, datada de 28 de abril de 1980, que diz o seguinte: “de ordem governamental, acuso recebimento do Ofício 3030/79, porque V. Exa. encaminhou ao Executivo Estadual a Indicação 108/79, do Ver. Paulo Satte, que sugere a implantação de um sistema de transporte fluvial que obedece o seguinte itinerário: Porto Alegre-Guaíba, Barra do Ribeirão, Camaquã, São Lourenço, Pelotas, Rio Grande e vice-versa, e assim sucessivamente”. Gostaria de saber, de parte do Diretor Legislativo desta Casa, e também do nobre Ver. Pedro Ruas, da existência ou não e o que diz esta lei federal. Temos esta Indicação, inclusive aprovada pelo Executivo Estadual na época. Também foi dado o início ao transporte hidroviário Porto Alegre/Guaíba, mas, de repente, foram paralisadas estas barcas. Na época, encaminhamos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o seguinte Pedido de Informações: “Por que motivo foi desativado o serviço de transporte hidroviário através de barcos que faziam a travessia entre Porto Alegre e Guaíba? 2º) Existe contrato afirmado entre o Poder Público e a empresa que faz tais serviços de transportes? 3º) Em caso afirmativo, qual o tipo de contrato existente? 4º) Que tipo de exigência estabelece este contrato no que diz respeito à paralisação do serviço prestado? 5º) Por que motivo o Poder Público, até o momento, não iniciou a construção dos terminais de embarques deste importante meio de transporte? Em Porto Alegre, por quê? Em Guaíba, por quê? Sala das Sessões, 14 de dezembro de 1981. (a) Paulo Satte”. Era só, muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Face à inexistência de “quorum”, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão e convoco os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 11h32min.)

 

* * * * *